A Austrália é um país que permite que intercambistas trabalhem e estudem ao mesmo tempo. Mas como conciliar os dois? Quais empregos podem se encaixar na rotina de estudos? Confira 5 dicas da Good Day
Muitas vezes, quem quer estudar em outro país também precisa trabalhar para conseguir se manter em terras estrangeiras. O governo australiano permite que alunos tenham empregos enquanto frequentam os cursos – e, por isso, o país acaba sendo uma ótima opção de destino de intercâmbio. Mas, para estudar e trabalhar na Austrália, é preciso ter planejamento, pois, afinal, é necessário conciliar essas duas atividades.
Para ajudar os intercambistas nessa missão, conversamos com Roberta Fernandes, especialista em Student Experience da Good Day. Ela deu dicas valiosas para os alunos que querem encontrar um emprego enquanto estudam na Austrália.
Descubra, abaixo, como é a lei australiana para trabalhar e estudar ao mesmo tempo, quais são os tipos de contrato de trabalho, quais empregos podem se encaixar na sua rotina de estudos e muito mais!
1. Fique de olho nas horas quinzenais
Há um limite de horas quinzenais para que alunos possam trabalhar na Austrália. Atualmente, essa medida está suspensa devido à pandemia da Covid-19, mas ela volta a valer em 1º de julho de 2023.
De acordo com a lei, estudantes só podem trabalhar, no máximo, 48 horas por quinzena – em média, seriam quase 3 horas e meia por dia.
Roberta ressalta que a maioria dos empregos para recém-chegados na Austrália, como cleaner e hospitality, não possuem um horário de trabalho fixo.
“Chamamos esses empregos de “casual”. Nesses casos, geralmente, a pessoa trabalha quando houver tarefas a serem feitas”, diz. “Por isso, é muito importante ficar atento ao número de horas de trabalho, pois há dias em que o aluno trabalhará 10 horas e outros em que ele trabalhará três”.
2. Verifique qual é o modelo de contrato de trabalho
Na hora de assinar o contrato de trabalho, é importante não se atentar apenas ao valor do salário, mas também ao regime de contratação.
Na Austrália, há dois tipos de contrato mais comuns. Um deles é o TFN (tax file number), que se assemelha ao regime CLT, com carteira assinada, no Brasil. “Nessa contratação, o funcionário tem alguns descontos no salário, que são referentes aos impostos”, explica Roberta. “No fim do ano fiscal, sempre no dia 30 de junho, é preciso fazer a declaração do imposto de renda, e pode ser que a pessoa receba uma restituição”.
O segundo modelo contratual é chamado de ABN (Australian business number). Nele, o funcionário é prestador de serviços – algo bem parecido com o MEI (microempreendedor individual) no Brasil. “Neste caso, o aluno emite uma nota fiscal referente aos serviços prestados e recebe o valor completo do salário. Mas, no fim do ano fiscal, ele deve pagar impostos, como uma empresa”, esclarece Roberta.
3. Sempre anote seus gastos com o trabalho
Essa dica é essencial, principalmente, para os alunos que trabalharem no modelo ABN: guarde as notas fiscais referentes aos gastos com o trabalho, pois eles podem ser abatidos do imposto de renda.
“Na hora de fazer a declaração do imposto, é importante apresentar esses comprovantes”, destaca Roberta. “Vamos supor que o aluno trabalhe com obras e ele precise comprar uniformes, ferramentas… todos esses gastos podem ser abatidos no imposto”.
4. Escolha um emprego de acordo com seu nível de inglês
Os empregos chamados de “casual” costumam ser bem populares entre os estudantes que chegam à Austrália. Além de escolher uma ocupação que possa ser conciliada ao curso, o aluno precisa considerar qual o nível de inglês exigido na vaga.
Para algumas ocupações, o inglês básico basta – é o caso dos empregos de cleaner, serventes de obras, auxiliar de mudanças ou delivery de refeições.
“Outro trabalho bem comum para quem chega na Austrália, mas que exige um inglês ao menos intermediário, é hospitality”, afirma Roberta. “Nessa área, o aluno precisa atender o público em bares, cafés, restaurantes, shows, estádios… Como o trabalho de hospitality depende de eventos, os estudantes costumam trabalhar mais na sexta-feira, sábado e domingo”.
5. É legal trabalhar e estudar na Austrália, mas sempre priorize o seu curso
“A dica mais importante que dou aos alunos é: os estudos devem ser a prioridade”, diz Roberta. Vale lembrar que um dos requisitos do visto de estudante é cumprir com a presença na aula de, no mínimo, 80% do total de horas do curso.
“É essencial organizar a rotina de acordo com as aulas. Sabemos que isso pode ser difícil no começo, e, por isso, é preciso se planejar”, aconselha Roberta. “Pesquise quais são as distâncias que você precisa percorrer entre a escola ou universidade e o seu emprego, pense no tempo que você precisará para fazer esse trajeto”.
Roberta ainda dá outra dica valiosa: é importante ter o máximo de contato com a língua inglesa para desenvolver o idioma mais rapidamente e conseguir empregos melhores. “No dia a dia, é possível se esforçar para ter ainda mais contato com o inglês. Se você está cozinhando, por exemplo, leia a embalagem dos ingredientes. Se estiver tomando banho, leia o rótulo do xampu. Se for assistir a algo no streaming, veja com áudio em inglês e legendas em inglês – ou, melhor ainda, sem legendas!”.