Aprender inglês é uma tarefa que exige foco. O estudante precisa descobrir os métodos mais eficazes para sua evolução – seja traduzindo músicas, assistindo seriados, lendo ou jogando videogame. O prazer acaba sendo um fator facilitador do desenvolvimento do idioma.
A estudante Liliane Pereira investiu em um intercâmbio na Austrália. Apaixonada por Jiu Jitsu, a andreense encontrou uma bela oportunidade na arte marcial: fazer trabalho voluntário. “Comecei dando a base do esporte para refugiadas na Austrália”, conta. “Muitas possuem baixa estima (estão entre 13 e 18 anos) e sofrem bullying por terem sido obrigadas a mudar para cá”, completa.
A oportunidade surgiu quando a My Brazilian Jiu Jitsu Team (academia em que Liliane trabalha) passou a exercer intervenções na comunidade de Auburn, em Sydney. Após um tempo, a diretoria do centro perguntou se alguma instrutora poderia dar aula às meninas muçulmanas. “Meu chefe me ofereceu a oportunidade e disse que seria bom eu me destravar para dar futuras aulas”, comenta a estudante. “Eu pensei: vai ser um desafio, mas vou abraçar e melhorar meu inglês também”, completa.
O primeiro passo foi ensinar defesa pessoal para as meninas. As que se interessavam pela dinâmica foram convidadas a participar das aulas de Jiu Jitsu. Para contribuir com a comunidade carente, a My BJJ ofereceu seminários sobre a luta brasileira. “A entrada era um quimono que, hoje, é oferecido às alunas que frequentam as classes regularmente”, diz.
A presença de Liliane no centro foi recebida de forma carinhosa. “A mãe de uma das alunas, que é grega, passou a me ensinar inglês”, explica. “Ela também me oferece carona com frequência”, conta a lutadora. As aulas também tiveram papel fundamental no desenvolvimento da estudante. “Eu cheguei no básico e, por me puxar para dar aulas, aprendi muito”, explica.
De acordo com a andreense, a rotina a ajudou a conversar de forma mais natural. “As alunas me ajudam com o vocabulário e, diferente da escola, nossos assuntos não são tão robotizados, fiquei mais confiante”, comenta. Para ela, o amor pelo esporte foi fundamental no processo. “Quando você gosta de algo, é mais fácil transmitir”, diz. “Minha paixão fez com que me dedicasse mais e que absorvesse de forma mais fácil”, completa.
Agora, Liliane já colhe os primeiros frutos de seu trabalho voluntário. “Nós tivemos um campeonato na academia e uma de minhas alunas venceu, o que foi gratificante”, ri. A recompensa, para ela, já ultrapassa o desenvolvimento do idioma. “Eu sentia um vazio no Brasil, mesmo com um ótimo trabalho”, conta. “Eu encontrei preenchimento aqui, ensinando, isso é o que me motiva diariamente”, completa.
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